Um som, um cheiro, um toque, uma dor, um sabor, uma fragrância, uma imagem, uma perceção. Quando nos vem à mente um cheiro da nossa infância ou de um passado distante, quando aos nossos ouvidos ou olhos chega um rosto de quem o vento e a vida sopraram para longe, ou de quem a morte e a sua natureza não se esqueceram de arrancar de nós, quando ao passarmos pelas ruas um perfume traz à nossa memória a saudade de um corpo e alma que já abraçámos.
O que é a memória? Quem seríamos sem ela?
Memória: sete letras que formam uma palavra que é a essência humana, que com o tempo, que é o seu companheiro de estrada, apagam ou reavivam as consequências e ações de uma vida imprevisível.
Memória é o tema do projeto A Tempo da Terra Amarela, com curadoria de Marco Paiva e Aliu Baio e Raquel André são uma das três duplas desafiadas neste projeto. Aliu sempre quis trabalhar um texto de teatro e Raquel já não interpretava um há algum tempo, em comum há ainda a relação que ambos têm com o medo de perder a memória. Neste projeto exploram materiais cénicos a partir de textos, de música, de movimento, de cheiros, de encontros com pessoas e outros sentidos.
A Tempo | Tríptico sobre o ócio
“Nunca nos vimos. Nunca trocámos uma palavra ou um gesto, mas sem saber, vamos passar três semanas juntos.” A Tempo é uma criação multidisciplinar em três atos, que desafia três duplas de artistas de diferentes linguagens, a trabalharem em torno do mesmo mote: a relação “ser e tempo”. Sem nunca se encontrarem, cada dupla trabalha para este objeto performativo comum que espelha em três eixos distintos – Comunicação, Espaço e Memória – a necessidade de repensarmos o tempo e a qualidade das relações. Com curadoria de Marco Paiva, A Tempo junta André Uerba e Tony Weaver (Comunicação), André Murraças e Mia Menezes (Espaço) e Raquel André e Aliu Baio (Memória).
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